Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes: uma realidade aos nossos olhos
A violência contra crianças e adolescentes ocorre em vários cenários, mas a violência doméstica, ou seja, que acontece dentro de casa vem crescendo, sendo discutida e mostrada nos noticiários, trazendo discussões importantes em nossa sociedade. A violência doméstica é reconhecida mundialmente como um dos principais problemas sociais e de saúde pública devido a sua elevada ocorrência.
Para falarmos sobre violência doméstica é preciso olhar para dentro de nós, rompermos com pensamentos e comportamentos que julgávamos até pouco tempo ou ainda julgamos serem certos, pensamentos decorrentes, por exemplo,de que um tapinha não dói.
A violência doméstica muitas vezes é silenciosa e camuflada no ambiente familiar, podendo ser entendida pela família como uma pratica normal e educativa. Quem nunca ouviu alguém dizer ou mesmo disse que foi criado levando uns tapinhas ou surras, mas que isso foi algo bom, pois se tornou uma pessoa honesta e de bem?
Essas e outras falas carregadas de violências e falta de informações fazem com que o ciclo de violência doméstica continue. Um tapinha dói sim, dói no corpo, dói na alma, prejudica o desenvolvimento da criança e suas habilidades socioemocionais.
Educar os filhos significa transmitir a eles nossos valores, crenças e limites, e deve ser feito com amor, carinho epaciência.
Nossas crianças e adolescentes aprendem muito observando o comportamento dos adultos e os reproduzindo, então se você acredita que bater em seu filho o estará educando, provavelmente ele entenderá que é dessa forma que ele deve resolver seus problemas. Lembrem-se os pais e/ou responsáveis funcionam como espelho para seus filhos, então reflitam sobre a imagem que estão apresentando a eles.
Tipos de violência que podem ocorrer no âmbito familiar: Violência física (toda ação que causa dor física), violência sexual (assedio sexual, estupro, pornografia infantil e exploração sexual), violência psicológica (gritos, humilhações, ameaças, xingamentos, etc) violência negligencial (exposição a perigos e acidentes, falta de cuidados), violência testemunhal (quando a criança e/ou adolescente ouve ou presencia situações de violência de pessoas que são próximas a ela) e a violência fatal (quando as ações ou omissões contribuíram ou foram resultantes da morte da criança e/ou adolescente).
Em casos de violência, denuncie! Faça sua parte! Conselho Tutelar do município ou Disque 100, podendo ser feito de forma anônima.
Lembrando que manter as crianças e adolescentes seguros e longe de qualquer forma de violência é nosso DEVER!
Lucélia, 16 de Abril de 2021.
Bianca Dias Caldeira, psicóloga da Aprocaf.