Dia 07 de agosto, a Lei Maria da Penha, completou 16 anos. O nome é uma homenagem à mulher cujo marido tentou matá-la duas vezes.
A violência contra a mulher compreende além da agressão física, também a violência psicológica – quando essa mulher é isolada, constrangida, sofre vigilância constante e é insultada verbalmente ou recebe apelidos pejorativos; a violência sexual – quando é forçada a ter uma relação sexual não desejada ou impedida de usar métodos contraceptivos; a violência patrimonial – com a destruição ou subtração dos seus bens, recursos econômicos ou documentos pessoais.
E quando há filhos presenciando, ouvindo essas violências?
Não podemos nos esquecer que os pais são exemplos, modelos para os filhos. Como se sente uma criança vendo sua mãe ser humilhada, sofrer violência física? O que esperar de seu comportamento? De seus medos, de suas inseguranças, culpas, dificuldade de se relacionar com outras pessoas, temores, agressividades, baixa autoestima e repetição dos comportamentos e vocabulários aprendidos? Essas crianças e adolescentes estão sofrendo uma violência testemunhal e psicológica, e tendem a repetir os comportamentos aprendidos na escola, na vida adulta ou podem também se tornarem novas vítimas nos futuros relacionamentos.
A criança que pode estar sendo vítima de uma violência, pode entender tal ato como normal – “eu mereci apanhar!”. Acha que a vida é assim mesmo. Outras, que vivem num ambiente mais tranquilo, sem violência, não acham que outras crianças possam estar vivendo de maneira diferente. Não podemos perder a oportunidade de falar sobre, quando esse assunto vem à tona em um noticiário ou pela internet. Adaptar a conversa de acordo com a idade e com carinho. Levar a criança a entender que a mulher não é a criada da casa, do marido, dos filhos. Todos somos humanos e precisamos uns dos outros.
Pais, não briguem na frente de seus filhos, não envolva a criança nos conflitos de vocês e não peçam para escolher entre o pai e a mãe.
A criança sofre quando vê sua mãe apanhar. É como se ela estivesse apanhando também. Ensinar que é errado e precisa ser denunciado. Devemos ensinar que todos merecem respeito, independente ser for mulher, homem, criança ou adulto.
A Campanha Agosto Lilás vem incentivar as mulheres para que denunciem seus agressores e deem um basta na violência que se estende a todos da sua casa!
Lucélia, 08 de agosto de 2022.
Mércia F. A. Troncon, psicóloga colaboradora da APROCAF